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Como diria Os Novos Baianos "Vou mostrando como sou e vou sendo como posso". Não sou blogueiro e nem me identifico com o termo "escritor", apenas uso esse espaço pra depositar meus pensamentos em forma de palavras. Paraíbano e riotintense com orgulho.
"Se lembrar de celebrar muito mais..."
(Fernando Anitelli)

quinta-feira, 31 de março de 2011

Fragmentos de um golpe.




Eles eram muitos e obstinados, tinham tudo combinado, queriam tomar o poder, vieram por todas as partes, de jipes, tanques, soldados armados e premeditados a capturar aqueles baderneiros. A “revolução”, como eles chamavam, se explicava pela eminente ameaça do comunismo no país, o presidente mal chegara de viagem da China e fora deposto... o exército tomou conta, com sua “doutrina de segurança nacional”... “Anarquistas”, “traidores da pátria”, era assim que aqueles homens fardados, cheios de estrelas e condecorações no peito diziam com aqueles maltrapilhos e mal vestidos que andavam livremente pelas ruas, livremente, gravem essa palavra, pois a partir de 1964 isso já não mais existiria.
Ninguém entendia nada nas ruas, em 1 de Abril eclodiu a tão planejada e secreta revolução, homens e mulheres sendo brutalmente retirados(as) de suas casas, filhos e filhas sendo abandonados, a lei da mordaça, do silêncio, do medo que tomava conta, torturas, espancamentos, mortes... mas o que aconteceu?! De onde vêm esses homens e porque estão levando esses jovens universitários, artistas e músicos presos, quais crimes eles cometeram, que mal eles fizeram?... A população não sabia, mas a partir daquela data, expressar o que sentia era crime, falar mal do governo era sentença de morte, o respeito era imposto e não mútuo. Pessoas que sumiam do dia pra noite, os pais saíam de “férias”, as dores, o silêncio, o medo, a tortura, a ordem, e o progresso?!, sim, sob pressão. O presidente não era mais um estadista, era um comandante, o país não era mais um país, era um quartel, os homens e, principalmente as mulheres, não eram mais “a população”, eram recrutas.
O Brasil conheceu sua fase mais escura, foram 21 anos de opressão e pressão, tanto sangue tiveram que jorrar, tantas pessoas até hoje “sumiram” pra nunca mais, outros tantos voltaram pra reencontrar o que ficou perdido, a arte se escondeu ou foi morar em outro país até poder regressar gloriosamente nos tempos da paz. Pois é caminhando e cantando e seguindo a canção, na verdade apesar de você amanhã há de ser outro dia, infelizmente choram marias e clarices, pobres rapazes latino-americanos sem dinheiro no banco, agora você é quem manda, falou, ta falado...

Nota: Talvez o sr. Deputado Bolsonaro não se lembre disso, "ele foi muito bem educado, e não frequentou locais como esses", o silêncio foi cobrado com a morte de inocentes sr. deputado,  nenhuma ordem e progresso necessita disso, se não fossem aqueles anarquista que o senhor tanto tem raiva hoje o senhor não estaria onde está, falando as bobagens que falas.

PS.: Hoje faz 47 anos do golpe... esse texto são fragmentos do que ouvi, li e assisti do período mais  negro do pais.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Sobre os sentidos !!


...Sabe o que mais?! Ouvi conversas incisivas que me diziam de um futuro não muito distante, algo mais pra frente que o presente, ouvi falar de tapas que a vida dá e que a gente não sabe como nem em quem revidar, talvez se flagelar, muitas pessoas reagem assim... Ouvi falar da obrigação de deixar de ser ninguém pra ser alguém, de que aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá, ouvi descontentamentos, lamentações e até lágrimas. Vi punhos fechados, olhos ferinos, socos ao ventos a fim de se bater em algo, alguém... cansados de apanhar, tão querendo bater... Vi um monte de gente se torturando, vi sonhos frustrados, vi cartas sobre a mesa, vi corações na mão e, também, na contra-mão, vi dúvidas crescendo, alto-estima baixando, contrastes e brilhos, vi duas vidas, vários caminhos e entre eles o destino improvisando, vi ações certas apenas o tempo errando, vi pessoas fazendo uma tempestade no copo d’água, mas vi também pessoas fazendo da tempestade um copo d’água pra matar a sede sem fim, vi pessoas diferentes agindo iguais e vi os iguais se diferenciando...
É a abstração que me fascina, é o acaso que me domina, é na arte do improviso que eu me materializo, são nas coisas que eu ouço, que eu vejo e que eu sinto onde eu traço estratégias de sair vivo desse campo de batalha, São nas minhas loucuras que eu brinco de ser normal, é na forma incerta que eu me sinto certo, são nas imperfeições e nas fraquezas que eu me sinto humano, é escrevendo que eu pratico exorcismo, mas é no silêncio que eu termino.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Em pratos limpos...?!



Fazia um bom tempo que não escrevia algo sobre economia e política por aqui, porém, alguns acontecimentos recentes mexeram um pouco com meu aguçado (e modesto) senso crítico e analítico, os acontecimentos são no tocante à conduta de nossa política econômica. Ora, se o governo Lula se gabava em dizer que “nunca na história desse país” fora gerado tanto emprego, tanta facilidade de crédito, tanto desenvolvimento, sob uma base de estabilidade e seriedade na conduta da economia... tanto que a crise em seu ápice foi apenas uma “marola”, enquanto países europeus e os EUA se descabelavam, cavavam um buraco pra tampar outro, nosso Brasil assistia tudo de camarote... agora somos credor do FMI, auto-suficientes em petróleo, enquanto os mercados financeiros do mundo inteiro quebravam e se desmanchavam nossa economia APENAS respirava fundo e esperava o tempo passar... quanta eficiência em?!
Mas vem cá... o que levou a nossa nova presidente a cortar R$ 50 bilhões do orçamento em?! é garotos, alguém tem que pagar a conta... ou o Lula achava que era assim fácil, injetar milhões e, ou, bilhões de reais e dólares na economia como se fosse uma morfina pra estancar momentaneamente a dor e depois ver o que ia fazer?!. Acontece que agora a dor voltou, o temor da inflação ta batendo na porta, aliás, eu acho que ela já entrou... e como combater mesmo em?! nem precisa ser economista pra saber, é só olhar nos jornais e noticiários... aumento dos juros, corte de gastos e protecionismo nas importações, se eu não me engano, uma política bastante ortodoxa pra quem é de esquerda, não?! Dilma tem parecido uma petista que chuta de direita, e não, ela não está errada, quem está errado é quem pensaria que ela seria populista como o Lula, ela é economista e sabe que os pratos têm que estar bem limpinhos pra que a alimentação seja saudável. Porém, na minha modéstia opinião, só não precisava congelar as nomeações dos concursos federais, quem sabe uma cortadinha nas verbas extras dos parlamentares e nas remessas de lucros que o país faz ao exterior?!, quem sabe uma fiscalização maior na corrupção e na reforma política?!...
Já dizia meu professor: “quer enxugar as contas?! – Então fecha as torneiras” E lá vêm eles, enxugando, fechando, protelando... mas quem são eles?! Quem eles pensam que são?!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Apenas versos e cifras...




“...O limite da queda é o chão...”, (Roberta David)

Em mais uma bela canção, de poucas palavras e muito significado, com acordes delirantes de simplicidade absurda, mais uma vez ela consegue traduzir um monte de pensamentos que fazem parte de nosso cotidiano, dos nossos sonhos e desejos.
Do suor do esforço, daquilo que causa medo pela sua grandeza, da “desnatureza” das coisas, dos limites impostos pelo corpo e da vontade de superação encontrada na alma, dos amores e desamores, do suor que cai do rosto ao chão que muitas vezes se confundem com lágrimas imperceptíveis, da pulga atrás da orelha que só nos fala de fracasso, do bom senso, do sangue latino que corre em nossas veias, da inquietação com a injustiça e impunidade, da tentativa desesperada de fuga da solidão, da fuga de si mesmo, da fuga do medo de ter medo, do exílio que é o lar, do pedido esbravejado por um “melhor amigo de hoje”, da mutilação das cosias simples da vida, do sentido da palavra “amor”, e de simplesmente ser, estar, ou pelo menos querer ser, querer estar... Eis um pequeno soneto musicado que consta a história de vidas, aliás de vontades, não o coloco todo aqui, não posso, apenas algumas partes... apenas versos, segundo ela: “quem se arrisca vai fundo e se perde a vida, mas se ganha um mundo”.
Preciso lembrar de esquecer algumas coisas, preciso que minha memória fraca se faça forte, preciso compor algumas canções vivas da forma acima, preciso sentir mais, acreditar mais, fechar mais os olhos e sorrir, preciso ouvir e confiar, esperar e não ceder, preciso ir e vir, saber entrar e sair, talvez nem saiba, eu, tudo que preciso, como disse, minha memória fraca ainda não se tornou tão forte, porém, do que não quero eu sei bem, há eu sei, sei do que não quero e não preciso... Do que é virtude atrair, do que é maldade expelir.

terça-feira, 22 de março de 2011

Foi culpa da Lua...



Dona lua, daqui de baixo me sinto tão pequeno diante de sua imponência aí em cima, a senhora sabia que é “culpada” por um monte de doideiras aqui?! Sua beleza tem sido mais notada ultimamente, bom pra ti que ganhastes mais adeptos, ruim pra mim que tenho que dividir sua atenção com mais gente agora, mas não me importo muito, eles logo esquecem. Tomara que você não me deixe esquecer nunca das vezes em que esperei você nascer, ao mesmo tempo em que o sol se punha, e das tantas vezes que vi você indo embora, muitas vezes tudo isso num dia só, tanto acompanhado de outros amantes teus, como sozinho.
De alguns dias pra cá tenho me visto um pouco ansioso pra que chegue a noite, tudo isso porque elas estão trazendo consigo a dona lua sem igual, linda como nunca, para os amantes dela é um motivo especial para apenas apreciar sua beleza imponente e sua paz restauradora... tenho me sentido muito a flor da pele, sensível e feliz, dizem que é culpa da lua, os sentidos se afloram, os animais se agitam, os humanos se inspiram. Hoje repeti algo que não fazia a um tempo, fui um tanto egoísta e introspectivo, peguei o violão e um banquinho, saí sozinho a procura dela, e debaixo de sua luz entoei cânticos como se tivesse tentando conquistá-la. Era preciso isso, ela merecia, eu necessitava... estava me tornando duro demais, precisava me lembrar novamente da arte e da poesia, não encontrei ninguém pra dividir, então somei... eu + ela= Lual... na verdade foi mais uma serenata do que um lual, mas tudo bem.
As ideias queimam meus neurônios, me sinto perdendo tempo, preciso expulsar de uma vez por todas a poesia e música que há presa dentro de mim, tenho pensamentos audaciosos, divido apenas com a lua por enquanto, ela ainda não me chamou de louco, apenas de bêbado e equilibrista. E ela, tal qual a dona de um bordel, pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel.

Retórica !!



Percebi que o uso da retórica me ajuda bastante... juntar as palavras e usá-las de forma que a bagunça toda faça algum sentido faz sentido pra mim, não que eu seja um sofista, tampouco um filósofo, quero ser apenas eu, um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco e vindo de qualquer lugar. Percebi que não tenho ambições e isso me faz se sentir desarmado, melhor assim; percebi que meus sonhos são muito loucos pra um mundo tão são; percebi que se eu insistir em tentar provar algo ou alguma coisa eu vou pirar, o mundo é cego mesmo, pede ajuda desesperadamente pra que alguém pegue em suas mãos e o leve pra qualquer lugar seguro, mas por aqui não existe fila preferência meu caro, sua deficiência é menosprezada.
Acho que não me importo mais onde eu vou chegar, se a bagunça toda vai fazer sentido ou não, se o mundo vai abraçar meus sonhos ou se eu vou abraçar os sonhos do mundo, é até um pouco divertido e audacioso não saber qual vai ser o “passo certo de amanhã”, se estou na corda bamba da vida eu também não sei se é, só sei que não vou parar, nem cruzar os braços,vou continuar rimando, cantando, juntando as palavras, os sonetos, os poemas, os corações, as lições, as derrotas e as vitórias...
Vou retorcendo a retórica e espremendo o que ela tem de melhor, passando pra pessoas aquilo que eu posso utilizar de melhor dela.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Demolay day...



Há alguns anos conheci uma turma, eles falavam de união, amor, paz... ideais. Ouvi algumas curiosidades a respeito, eles falavam de certos mistérios a serem desvendados e conhecidos, falavam em alguns códigos que pra mim era sem sentido, até então. Era um tal de sol nascente e poente, vigilantes e oradores, iniciantes e elevados, ébanos e chevalier... mas eram apenas garotos com ideias revolucionária de uma união inexplicável, eram cúmplices de um crime perfeito, eram exemplos de jovens e cidadãos, usavam umas roupas esquisitas... eles falavam de um por todos e todos por um, falavam de uma tal verdade absoluta, de uma tal cegueira humana, de uma tal preparação para a iluminação da alma, falavam de tais responsabilidades a serem seguidas e de ter muito cuidado com aquilo que era apresentado e mostrado, ou melhor, com aquilo que era revelado, falavam da não revelação dos ritos e rituais, do perigo e da falta compreensão dos profanos quanto aos ensinamentos, falavam de um Deus único que era um pai celestial onipresente e sábio, falavam da confusão entre a ordem e a religião... pediram que eu tomasse muito cuidado com isso, que soubesse diferenciar, e eu diferenciei, eles eram Demolays...
Os caras falavam de alguns baluartes: amor filial, reverências pelas coisas sagradas, cortesia, companheirismo, fidelidade, pureza e patriotismo... falavam com um amor incondicional pelos seus pais, em especial suas mães... falavam das 9 horas, nos leitos de suas casas, ajoelhavam-se sobre o joelho esquerdo e bradavam: “Que Deus te abençoe mãe, que Deus te abençoe Pai, que Deus abençoe a causa da Ordem Demolay, amém” 
Foi tanto encanto que me afeiçoei pelos seus mistérios, e como todo bom curioso, iniciei... sedento de sabedoria, elevei-me, pesquisei, fui consagrado cavaleiro... mérito de poucos, vontade de muitos, e a tal amizade se vez verdade e presente em minha vida, percebi que tudo lá presente tinha um sentido... sobre os mistérios eu não posso falar, nem quero, talvez vocês não entendessem, até mesmo muitos de nós ainda não entendem, pode ser que nunca entendam, é natural, faz parte.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sobre o tempo...



Antes, quando esboçava estufar o peito e julgar o mundo um fato consumado sem querer eu “pragmatizava” meus sonhos e excluía a maravilhosa premissa de que a maré sempre muda, anulava a criatividade nos desígnios de Deus... na verdade eu cometia o erro de ter uma opinião formada sobre tudo. Isso fez como que, de certa forma, eu bloqueasse a possibilidade de que a terra giraria e que haveria outros portos seguros, pra caso a maré virasse, eu atracar.
E a maré virou, diante de toda bagunça que ficou, restou catar os cacos que quebraram, e procurar àquilo que havia perdido, tentando, eu, montar o quebra-cabeça quebrado... porém percebi que na hora de montar sobravam peças pelo chão, e por mais que a gente se esforce nossa limitação humana e ignorância terrena anula a possibilidade de se enxergar virtudes nas mudanças.
Aquele meu velho aliado, o tempo, foi passando, e pela primeira vez em anos me deixei levar pra onde a ventania soprasse... o engraçado é que ela não me levou pra um lugar novo, me levou pra onde eu já tinha ido, e curiosamente, não tinha conseguido jogar a âncora por revolta do mar. Mas se o vento me levou pra lá novamente, tentaria de novo... e cá estou eu, com um quebra-cabeça novinho em folhas para cuidar, como novos desafios a serem superados e sonhos a serem alcançados... e mais uma vez a certeza de estar onde eu quero estar cresce e se torna mais veemente em mim, é sobre e sob o tempo que eu falo, agora me sinto um pouco mais experiente, mas com muito pra aprender ainda. Mas uma das lições mais legais que aprendi foi que não se deve impor limites a nossa capacidade de superação nem colocar barreiras nos nossos sonhos... e apenas viver um dia de cada vez, porém isso eu ainda estou aprendendo a cada dia, pra que eu não cante “epitáfio” lá no futuro.

domingo, 13 de março de 2011

Noites de Domingo...




Às vezes a vida se assemelha a um domingo a noite... sem muitas opções, e muitas vezes fria e solitária, cautelosa e escura. Por vezes os devaneios tolos nos torturam buscando respostas para perguntas ferinas, procurando limitar nossa visão na escuridão pra não vermos qual a estrada que há depois da curva... então aí a gente tem o recurso de fechar os olhos e sonhar, sonhar, sonhar... quando a gente menos espera abri os olhos e já é manhã, pássaros cantando, sol batendo na janela querendo entrar, abraços e sorrisos, café da manhã, “bom dias”... e cores, cores !!
As noites de domingo antecedem o ponto de partida semanal, apesar de ser o primeiro, o domingo parece ser o último dia da semana. O seu astral muda da manhã pra noite numa velocidade incrível, chega até a ser curioso... Bom, mas se é isso que se chama de contrários, cá estou eu contrariando, fazendo o que mais me faz bem: Passá-lo ao lado de quem me faz bem, sorri na suas noites monótonas, as vezes contrariá-lo ainda mais, com uma turma boa, cantarolando o dia vindouro, por vezes escrever e compor, conseguir um tempinho e limpar a armadura do cristão, deixá-la pronta pras batalhas da semana que se inicia... acredito que seja assim que temos que driblar os fantasmas das noites de domingo, que por vezes se fantasiam em outras noites de outros dias... "guarde o que 'for e o que' foi bom e jogue fora o que restou”.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sopros de vida...




Algumas vezes sou surpreendido por um súbito cansaço que vem de não sei de onde e me toma pelos braços, me faz parar e até pensar em desistir, me faz pensar em tantos vôos de galinhas que já dei, em tantos sonhos frustrados pelos mais diversos motivos. Acredito que não seja privilégio só meu esse tipo de cansaço, esses pensamentos, creio que seja privilégio de quem luta e tenta buscar os sonhos... enquanto isso eu vou substituindo os sonhos por metas e objetivos, vou sobrepujando os pensamentos ruins, negativos, abraçando a esperança e a fé... vou sendo movido pelo expresso do oriente, que vem passando por mim, estou entrando no vagão, apreciando a paisagem que tenho hoje, enquanto vou andando com o trem, vou aprendendo, aprendendo e aprendendo.
Desde que comecei a tomar tudo que acontece como uma lição aprendi que a paciência é um dom divino que eu preciso ter, que meus dilúvios imaginários, sadomasoquismo são, que esse cansaço que me toma, nada mais é do que “pré-ocupação”.
O fato é que a vida tenta nos empurrar pra onde ela quer que a gente vá e, ao mesmo tempo, por onde a gente deve ir, enquanto a vida vai soprando o trem no melhor rumo, eu vou seguindo... na verdade “eu continuo porque a chuva não cai só sobre mim”, e se fosse só sobre mim deixaria molhar, até que o sol chegasse e aquecesse meu corpo, porque um dia o sol chega e aquece, um dia a luz vem e encandeia, porque um dia lá no futuro, tudo virará passado, e tenho um caminho muito longo pra seguir, pois a estrada vai além do que se vê.

quinta-feira, 10 de março de 2011

"Todo carnaval tem seu fim..."



E lá se foram os pierrôs e as colombinas, as escolas de samba, os bonecos de Olinda, e todo nosso carnaval. Nas batistas hipnóticas do samba, do frevo, do axé, da ‘suingueira’; nos blocos lotados de gente e naqueles do ‘eu sozinho’, nas multidões e nas solidões; nas comissões de frente a na apoteose; nos sorrisos de quem festejou e nas lágrimas de quem chorou na avenida, o carnaval dá adeus, e a Deus segue minhas preces de que o ‘ano que começa’, enfim, comece... preces de que os sonhos se tornem verdades, que criem asas e voem da minha cabeça.
As energias gastas nos dias de folia devem ser repostas pra nossa folia diária, ainda há blocos pra seguir, ritmos a serem dançados e ‘abadás’ a serem vestidos. Agora mais do que nunca é hora de levantar, sacudir a poeira e ‘cair pra dentro’, meter a cara e encarar, montar o enredo do ano e seguir a diante cantando a beleza de ser um eterno aprendiz... de ter o prazer de ser e estar, de ir e vir, dos encontros e desencontros.
Mas por hoje é só, agora eu preciso descansar, colocar as pernas pra o ar, que ainda vem muito que andar por aí.

sexta-feira, 4 de março de 2011

"Bicho maluco beleza..."


Então começa a festa mais esperada dos brasileiros, as vezes eu fico a imaginar que quem ‘inventou’ o carnaval fomos nós brasileiros, de tão característica que a festa se tornou aqui... mas não, essa celebração cristã vem de muito tempo...(não vou entrar nesse mérito)
O fato é que os foliões vão às ruas, calçadas e avenidas, muitos vão celebrar, outros tantos vão para esquecer, e alguns ainda vão pra “não sei o que”. Eu, particularmente, vou na onda, pego carona na multidão, vou me levando entoando marchinhas e dançando no ritmo. Como diria o Chico Buarque “Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar... Tô me guardando pra quando o carnaval chegar”.Mas como tudo que começa uma hora tem seu fim, logo logo a quarta-feira ingrata chega pra nos contrariar e o que, mais uma vez restará, são os comentários que outrora eram fatos e lembranças de um verão qualquer serão estampados nos perfis e murais das pessoas; e os "carnavais" se tornarão "carnafois". Porém, isso não é papo pra o momento... meus votos são de que a festa que se inicia seja bem-vinda e bem-quista, cheio de boas surpresas e de momentos de descontração e lazer; que saibamos aproveitar sem precisar nos arrepender e que sejamos feliz antes de mais nada... FELIZ CARNAVAL 2011 !!