Talvez
este seja um dos textos mais difíceis que eu fiz. Mas eu preciso expressar em
palavras o que chora o meu coração.
Eu
sempre disse que a morte é estúpida, fútil, voraz. Mas, não é sobre a morte que
eu vim falar aqui, é sobre a vida.
Embora
a dor da perda ainda esteja tão pujante em meu coração, prefiro falar da vida,
embora o luto prevaleça, prefiro falar das cores. Insisto na vida por que ela
vence a morte, por que ela renuncia a morte, por que efêmeros são os
sentimentos mundanos, a vida é mais! Quanto a você, meu amigo Hyago, seu corpo
se foi, sua voz não irei mais ouvir e seu jeito destrambelhado não irei mais ver.
Entretanto, não há morte que consiga levar todas as coisas vividas e todas as
lembranças que nós, seus amigos, temos de você.
A
gente vai levando aqui, meu amigo, essa vida maluca, essa linha tênue entre o
profano e o sagrado. A gente vai te levando no coração, é que por incrível que
pareça, é o lugar mais próximo que temos para estar com você todos os dias.
Quanto a você, aí do andar de cima, ao lado do Pai, vai pedindo por nós daqui. Estás
um passo a frente, descobristes o mistério entre o céu e a terra, por enquanto
nós, meros ignorantes, ficamos especulando como deve ser aí.
A
gente vai se encontrar de novo, espero que tenha aprendido a tocar violão, e as
lágrimas que ora derramamos são apenas de saudade, pois sei que dor e agonia
não tens mais.
Ei
bicho, eu to indo aqui, queria que lesse esse texto, queria que ainda tivesse
junto ao #QueFase, mas já deu teu tempo, e quando chegar o meu a gente se
encontra. Só pede pra Deus que demore um pouco pra levar os que estão aqui
ainda, por que dói demais a despedida. Pede, pelo menos, tempo suficiente pra
gente entender um pouco mais da vida, pois ela sempre vence.