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Como diria Os Novos Baianos "Vou mostrando como sou e vou sendo como posso". Não sou blogueiro e nem me identifico com o termo "escritor", apenas uso esse espaço pra depositar meus pensamentos em forma de palavras. Paraíbano e riotintense com orgulho.
"Se lembrar de celebrar muito mais..."
(Fernando Anitelli)

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Carta pra você, meu amigo.


Talvez este seja um dos textos mais difíceis que eu fiz. Mas eu preciso expressar em palavras o que chora o meu coração.
Eu sempre disse que a morte é estúpida, fútil, voraz. Mas, não é sobre a morte que eu vim falar aqui, é sobre a vida.
Embora a dor da perda ainda esteja tão pujante em meu coração, prefiro falar da vida, embora o luto prevaleça, prefiro falar das cores. Insisto na vida por que ela vence a morte, por que ela renuncia a morte, por que efêmeros são os sentimentos mundanos, a vida é mais! Quanto a você, meu amigo Hyago, seu corpo se foi, sua voz não irei mais ouvir e seu jeito destrambelhado não irei mais ver. Entretanto, não há morte que consiga levar todas as coisas vividas e todas as lembranças que nós, seus amigos, temos de você.
A gente vai levando aqui, meu amigo, essa vida maluca, essa linha tênue entre o profano e o sagrado. A gente vai te levando no coração, é que por incrível que pareça, é o lugar mais próximo que temos para estar com você todos os dias. Quanto a você, aí do andar de cima, ao lado do Pai, vai pedindo por nós daqui. Estás um passo a frente, descobristes o mistério entre o céu e a terra, por enquanto nós, meros ignorantes, ficamos especulando como deve ser aí.
A gente vai se encontrar de novo, espero que tenha aprendido a tocar violão, e as lágrimas que ora derramamos são apenas de saudade, pois sei que dor e agonia não tens mais.
Ei bicho, eu to indo aqui, queria que lesse esse texto, queria que ainda tivesse junto ao #QueFase, mas já deu teu tempo, e quando chegar o meu a gente se encontra. Só pede pra Deus que demore um pouco pra levar os que estão aqui ainda, por que dói demais a despedida. Pede, pelo menos, tempo suficiente pra gente entender um pouco mais da vida, pois ela sempre vence.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Leve, o que for leve.

(imagem via internet)

Conversando com alguns amigos e pude perceber coisas incríveis, na prática, Vinicius de Moraes tinha razão quando dizia: Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos. E, de tudo que conversamos, eu só discordo de uma coisa, de uma máxima muito utilizada: Éramos felizes e não sabíamos. Eita frase miserável, discordo veementemente. Discordo do começo ao fim... éramos felizes e SABÍAMOS, éramos felizes e SOMOS HOJE TAMBÉM... Se pormos na cabeça de que éramos, e apenas éramos felizes, entramos em um ciclo vicioso que nos remete a um estado de agonia sempre que dizemos no pretérito: “éramos felizes, mas é que hoje tem muitas responsabilidades”.
Faço a seguinte reflexão... Se congelarmos o dia de hoje, 12/10/2015 e daqui a 10 anos ler isso que escrevi, poderia dizer que dia 12/10/2015 éramos felizes, pois aquele tempo “era bom demais”. Eu me recuso a admitir essa deixa, apenas por acreditar que é bom é hoje, e que o melhor ainda estar por vir. Pois, a vida é uma dádiva, um dom, sobretudo, um mistério. E se você tiver por perto (e não quero dizer apenas fisicamente) pessoas que você ama de verdade... pais, irmãos – de sangue ou não – amigos, namorad@s, espos@s, levante a mão pro céu e diga OBRIGADO... histórias, lutas, choros e sorrisos fazem parte do passado, mas também povoarão nosso futuro.

Avante, não dá pra olhar pra trás apenas com saudade ou nostalgia, tem que ser com alegria, não dá pra parar, o expresso do oriente vai levando a gente sempre pra frente, sempre pra frente! Então o que vale mesmo é o desejo, a fé, a vontade, a verdade e o amor... por que o que não estiver dentro nesse contexto, não vale nem a lembrança.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Então que seja assim.

(Imagem via internet)

Sento-me no mesmo canto, ouço praticamente as mesmas músicas e escrevo quase a mesma coisa de sempre (acompanhado daquele velho café inspirador).
  Mas... o que me motiva a escrever? Os sonhos! 
O que me fez ficar tanto tempo sem escrever nada? A realidade!

O lapso de tempo que se cerca entre “o que escrever” e “como escrever”, no meu caso, é tão abstrato quanto sentimentos como amor e saudade, pois não são contados por minutos e horas, mas sim em intensidade e lembranças.
Na verdade, por tempo indeterminado, eu decidi ler mais do que falar/escrever, tenho preferido ler livros, jornais, ler dias, ler pessoas, ler lugares... Nem sempre o que eu leio se transfigura em palavras, ultimamente têm se transformado em quadros e imagens, que guardo na retina, dentro da minha coleção de obras de arte imaginárias.
Tento ser um artista... protagonizo, assessoro, auxilio, coadjuvo, faço da vida meu teatro, e me esforço pra ser um autor que se preze, faço shows pra um ou pra muitos, com a mesma intensidade, com a mesma veracidade, sem a necessidade de aplausos ou vaias, sem a necessidade de um real reconhecimento de quem não quer assistir à peça.
Tento, e me esforçarei cada dia mais, pra evitar que as cortinas se fechem antes do show terminar, embora sabendo que há um regente maior que determina o tempo e a duração.
Então se pudesse dar uma dica, seria Viva, e deixe viver. A efemeridade do tempo deveria relativizar nossas decisões monocráticas e absolutas, mas parece que cada vez mais insistimos em nos achar dono do nosso próprio destino e senhor da nossa própria razão. Tolos que somos, nem temos noção de quão pequenos somos na imensidão desse mistério. Portanto... Se tiver a vida, use-a. Improvise quando faltar a certeza, dance quando faltar as palavras. Mas cuidado, não dá pra pedir um tempo pra ensaiar, a peça é feita momento a momento. 

Então que seja assim.