Quem sou eu

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Como diria Os Novos Baianos "Vou mostrando como sou e vou sendo como posso". Não sou blogueiro e nem me identifico com o termo "escritor", apenas uso esse espaço pra depositar meus pensamentos em forma de palavras. Paraíbano e riotintense com orgulho.
"Se lembrar de celebrar muito mais..."
(Fernando Anitelli)

domingo, 2 de agosto de 2020

E aí?

(imagem via google)

      Pra onde vão os textos não postados, as palavras não ditas, as composições não tocadas, as cartas não envidas, os e-mails apagados, as mensagens descartadas?

Em qual fissura do espaço/tempo podemos nos encontrar com as coisas que não foram? Será que elas continuam aqui?!  Se sim, quando é o “aqui”?!

Em qual dimensão paralela dessa existência podemos nos despir das nossas carcaças e nos apresentarmos como somos e com o que temos: Leprosos ideológicos, deficientes espirituais, sujos mentais. Aliás, será que precisamos mesmo de uma condição especial para despojar-nos do que somos?!

Ah, por favor, alguém me responde... Quem calcula qual o limite? E o “momento ideal”? Será o coração, ou será a razão?!

Quem medirá com a trena da vida ou a régua da existência, a possibilidade de desfacelamento da sensibilidade humana eminentemente possível?

Em qual caminho nos perdemos? Ou melhor... Quando iremos nos encontrar como seres humanos e com a nossa essência? Que dilema é esse que a dialética não consegue responder?

Enfim, embora a falta de resposta nos inquiete, é preferível a ignorância poética do que a certeza déspota. Entretanto não me venham com ”talvez” ... Pois o Talvez é uma linha tênue entra a falta de coragem e a certeza! Não há vida no Talvez.


“Pra onde vai todo nosso desalento? morre brisa nasce vendaval. Pra onde vai a reza vencida pelo sono.. Ela vale? me fale... me de um sinal!”

(Fernando Anitelli)

sábado, 16 de maio de 2020

Caçador de mim


(imagem via internet)

Procurar as palavras quando elas não querem ser encontradas é tão difícil quanto procurar uma agulha no palheiro. Estar perdido em meio a pensamentos é uma espécie de labirinto onde a cada curva se encontra uma palavra, mas não um contexto.
Faz muito tempo que não publico o que escrevo por achar desnecessário, talvez vil, não sei! Só que a urgência de organizar os sentimentos me leva a refletir e a expelir em palavras o vulcão que há nos pensamentos.
É assim que temos vivido essa “solidão de dia” como diria Cazuza... Solidão das palavras, das pessoas, das ações... Solidão até do que acompanha, e o mais profundo: Solidão dos pensamentos. Sim, imersos todos nesse isolamento, nos deparamos com a solidão e a companhia mais crucial de todas: A nossa própria!
Somos nossos piores inimigos em algumas situações, nos cobramos mais internamente do que o mundo exterior. A agonia de muito de nós é o medo inerte de não gostar de si próprio, da própria companhia e do próprio amor, por sentir medo daquilo que pensa, que sente... daí a procura insana e irresoluta no outro, ou em alguma distração o disfarce perfeito para conotações dissonantes do próprio “eu”, uma fuga, um refúgio, para esconder-se, ao menos momentaneamente do “eu, caçador de mim” como bem sintetizou Milton Nascimento.
O exagero conosco mesmo, os excessos somatizados no corpo e na mente, esbarra decididamente na nossa capacidade de ler as coisas, pessoas e situações. A angústia que muitos de nós sentimos por si sentir só, apenas reflete a natureza frágil e vã de achar que a solução está “lá fora” e não “ aqui dentro”.
Eu sei, parece mais do mesmo, é que diante de uma situação tão atípica, vale a pena refletir um pouquinho sobre o que somos, por que estamos e o que sentimos. Soltar um pouco do peso dos ombros que carregamos desnecessariamente por que acharmos que necessitamos é uma atitude libertadora, de dentro para fora... sempre nesse sentido, pois, vale lembrar, apenas eu estou comigo todo o tempo.

sábado, 31 de dezembro de 2016

Virando páginas...



Depois alguns meses sento-me para desenferrujar os dedos e a ideia, escrever o último capítulo deste livro me faz refletir sobre a importância das mudanças. Sobre os dias ruins que sucederam e pareciam não ter fim, sobre as marcas na pele e na mente que 2016 deixou, não no sentido de parecer melancólico, mas queria deixar algo gravado sobre a loucura de viver e superar-se.
Se a vida realmente é um plantio, 2016 foi um ano excelente para arar a terra, preparar o terreno, dissolver-se em momentos e esperar um tempo ideal para plantar e assim colher.
Se de cada momento se tira uma lição, por que não agora? Do olho do furacão não se observa a calmaria, da calmaria não se vê o furacão! Temos sempre a oportunidade de recomeçar e se re-inventar, de lidar de frente com os problemas e celebrar as soluções.
Das páginas viradas, dos novos livros a serem escritos, dos contos escolhidos, e das histórias que iremos contar.
“Don't look back in anger”, diz a música que ouço agora, é isso, abrace a vida e dance com ela, escolha o ritmo. Existem mais 365 novas páginas para serem reescritas, escreva.

sábado, 18 de junho de 2016

Terceira Pessoa...



Ela já não era mais a mesma.
(...)
Ele também não.
(...)

Os olhares se enfrentaram durante algum tempo naquela manhã meio improvável, e era semelhante como antes, mas todo o resto era diferente, nem a lua, nem o mar, nem a proposta de algo divino que os cobriram como na primeira vez. Mas, estavam ali, sem nenhum cenário de filme ou algo poético para ser deslumbrante.
Disfarçaram à lembrança do tempo com um abraço amistoso e um “e aí, tudo bem?”, o resto do tempo foi gasto com algo mais casual, curiosidades do cotidiano, fatos interessantes, relevantes... até que o silêncio quebrasse o barulho como um sibilo difuso e adequado.
Talvez o medo de reaver um passado, ou talvez o receio de ressuscitar uma história que, para não ser findada de forma trágica, fora encerrada de forma repentina, corroesse o contexto.
Ele nem esperava, ela também não, mas dizem que as coisas do destino são assim mesmo, imprevisíveis, até por que se não fosse imprevisível não se chamaria destino, se chamaria livro.
Embora todo arcabouço enlaçado que outrora sintonizava-os, ela parecia mais destemida, talvez calejada pelas surras da vida, talvez despojada pelos alto preços das escolhas, talvez totalmente desiludida do platonismo e do romantismo que a caracterizava.
Ele parecia mais maduro, mais duro, mais seco, mais insensível, mais desiludido, mais impedido, mais fudido! Mas, também continuara a ser ele, atrás de toda lapidação lenta e profunda que atravessara, e ainda julga atravessar, era ele, disso não tinham dúvidas.
Talvez, dessa vez, algum novo sinal foi dado, e o estúpido, como sempre, desligou os alarmes “por livre e meio estúpida vontade” e não entendera. Mas ela, apesar de diferente, continuara a ser ela... em Areia, em mar ou em terra.


Isso é, no fundo... no fundo... eram eles. Foram eles. Serão eles.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

E lá se vai.



Viagem de ventania... por que se chamava moço todos aqueles sonhos loucos, em que devotamos horas e horas. Ora jovens, ora velhos, ora crianças. Sorte daqueles que sabem se dar ao tempo, pois podem ser o que quiser na quantidade de tempo que julgar necessário. Apoiado na força da juventude que dá a liberdade de não olhar para trás ao dar o primeiro passo.
Mas, lá se vai mais um dia... e já não se chamava moço, porque já se chamava homem! Vem a calmaria da experiência, o peso da responsabilidade, a ansiedade por conquistas e resultados, a dor das cobranças... É a isso que chamam vida, que também continuara a se chamar sonhos, pois estes não envelhecem.
Que sorte a nossa, de tudo se fazer canção, de poder descansar o coração nas curvas de um rio, deixar apenas os sonhos irem cruzando as margens, deixar as penas de si mesmo, deixar-se mudando de rota a mercê do vento, a revelia do pensamento. Pois tudo que nos resta é o caminho... de pedra, de flores, de vento... enfim, o caminho. Que vai muito mais além do que a gente pode crer.
Podes crer!

sábado, 5 de março de 2016

Ela é música



Ela é daquelas que encanta pela doçura, pelo sorriso. 
É só conversar um pouquinho que da logo um reboliço.
As vezes paro e me pergunto: De onde vem isso?

Encanta, colore e faz bem. Ela é raridade, exala luz e fé. Tem personalidade firme, coisa de mulher. 

Esconde uma menina dentro de si, quando a mulher balança, a menina não a deixa cair. 

Tem jeito de flor, demonstra beleza, mas protege-se com seus espinhos, o que significa que pra para mãos insensíveis, um toque sem jeito possa ferir, e pareça não demonstrar carinho.

Ha, mas ela é impar, e acredita que o melhor estar por vir. Pede sempre a Virgem Maria que a livre do mal. Seguindo sempre em frente a fim de chegar em um ponto final.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Migalhas? Não!



Não! Migalhas de amor não. O amor é muito pra ser implorado, insistido, dramatizado. Não adianta insistir, não é um jogo, tampouco competição. Ah, e se fosse, todos deveriam vencer, não haveria de ter perdedores.
Errou na mão aquele que acredita que é pelo poder da insistência que se cativa o amor, errou na mão aquele que define o amor, errou na mão aquele que acredita que quem ama são apenas os apaixonados ou comprometidos, errou na mão aquele que define o amor.
“Não basta o compromisso, vale mais o coração”, já dizia o poeta. Pequenos fragmentos de amor irradiam a glória e torna a vida mais leve. O amor não requer reciprocidade, condições ou adições, isso é tudo coisas de relacionamento – favor não confundir.
E o mundo vai rodando, e o amor vai acontecendo, não propagado, mas acontecendo. E é melhor acreditar nele, é lá que nasce a fonte do ser. É coisa pra profissional, por ora, fico aqui, com esse texto ama-dor.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Quer saber?


 
Não encontro lógica nas coisas que acontecem internamente, é como se existisse uma força interna dizendo que não é agora, que não é a hora. Não costumo perder tempo procurando sentido em tudo, mas é bem verdade que eu sempre quis entender meus passos e sempre quis saber onde eles me levaram, sempre quis saber bem onde piso.
Passei então a pisar antes de saber qual seria o solo e passei a me identificar com isso... ao “Deus dará”. Nessa luta invisível de forças que unem e separam, de universos que conspiram e divergem, fico esperando sentado pra ver quem ganha, não faço apostas, mas tenho meu favorito e também sei quem é o mais forte.
Não alimento as conspirações, nem dou morada a ilusão, luto com as armas que tenho, e por vezes nem luto... é que eu percebi que existem guerras que não valem a pena. Então repito o que por vezes eu já li por aí: quer saber? Que se ame! Quer saber mais? Que seja recíproco.



E que assim seja...

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Mais uma virada de página. 2015/16


Cansativo! Esse foi o saldo do ano pra muita gente... Um ano turbulento e muito cansativo. Mas com enormes lições e aprendizados... Igual a todo ano? Acho que não. 2015 foi único por si só.
Desde que eu me propus a criar esse espaço que não gosto muito de chamar de blog, eu percebi que é impossível pra mim escrever algo sem ouvir música, algo que estimule a minha imaginação e me faça a um patamar mais elevado de consciência.
É crendo nisso que venho virar mais um capítulo da vida, 2015 dá as chaves para 2016. Nós, embora cansados, podemos nos despir de nossas fraquezas e fazer a mesma coisa... renovar-se para o ano vindouro.
Agradecer, agradecer e agradecer a Deus e Nossa Senhora... Pelas bênçãos, pelas quedas, pelos livramentos. Se a vida é mesmo um livro, ela tem que fazer sentido, muitas vezes não entendemos um capítulo por estar preso a um momento... a algo, mas quando nos distanciamos nos vemos entendendo o sentido desse livro da vida. Pra quem, em muitos momentos não entendeu 2015 – assim como eu – fica mais uma lição, deixa passar... lá na frente a gente vai saber, e se não souber, de que adianta? Já passou mesmo.



Que tenhamos força... pra se reinventar mesmo que seja no mesmo canto. Pra se renovar, mesmo ficando mais velho. Pra (se) amar, mesmo não entendendo.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

E L A



Ela é daquelas que inspiram na arte da composição, estimula o poeta, por mais amador que seja, a liberar os fantasmas da escrita e da canção. Ela demonstra ser discreta, calada e iluminada.

Quando sorri, parece ter luz própria, irradia. Volta e meia vejo seus traços belos e admiro a perfeita simetria. Sensível, Linda, Delicada... Uma verdadeira obra de arte.
Ahhh quem dera pudesse, eu, pobre amador ser tão profissional nas palavras quanto ela merece ser.

Ahhh quem dera, admirar de perto algo tão altivo e original. Sem falar da fé... Que Nossa Senhora te guarde, onde estiver. Gostaria que fosse um pouco mais perto e não tão além, pra assim eu poder te guardar também.