(imagem via internet)
Procurar
as palavras quando elas não querem ser encontradas é tão difícil quanto
procurar uma agulha no palheiro. Estar perdido em meio a pensamentos é uma
espécie de labirinto onde a cada curva se encontra uma palavra, mas não um
contexto.
Faz muito tempo que não publico o que escrevo por achar desnecessário,
talvez vil, não sei! Só que a urgência de organizar os sentimentos me leva a
refletir e a expelir em palavras o vulcão que há nos pensamentos.
É
assim que temos vivido essa “solidão de dia” como diria Cazuza... Solidão das
palavras, das pessoas, das ações... Solidão até do que acompanha, e o mais
profundo: Solidão dos pensamentos. Sim, imersos todos nesse isolamento, nos
deparamos com a solidão e a companhia mais crucial de todas: A nossa própria!
Somos
nossos piores inimigos em algumas situações, nos cobramos mais internamente do
que o mundo exterior. A agonia de muito de nós é o medo inerte de não gostar de
si próprio, da própria companhia e do próprio amor, por sentir medo daquilo que pensa, que sente... daí a procura insana e irresoluta
no outro, ou em alguma distração o disfarce perfeito para conotações dissonantes
do próprio “eu”, uma fuga, um refúgio, para esconder-se, ao menos momentaneamente do “eu, caçador de mim” como
bem sintetizou Milton Nascimento.
O
exagero conosco mesmo, os excessos somatizados no corpo e na mente, esbarra
decididamente na nossa capacidade de ler as coisas, pessoas e situações. A
angústia que muitos de nós sentimos por si sentir só, apenas reflete a natureza
frágil e vã de achar que a solução está “lá fora” e não “ aqui dentro”.
Eu
sei, parece mais do mesmo, é que diante de uma situação tão atípica, vale a
pena refletir um pouquinho sobre o que somos, por que estamos e o que sentimos.
Soltar um pouco do peso dos ombros que carregamos desnecessariamente por que
acharmos que necessitamos é uma atitude libertadora, de dentro para fora... sempre
nesse sentido, pois, vale lembrar, apenas eu estou comigo todo o tempo.
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