Ela
já não era mais a mesma.
(...)
Ele
também não.
(...)
Os
olhares se enfrentaram durante algum tempo naquela manhã meio improvável, e era
semelhante como antes, mas todo o resto era diferente, nem a lua, nem o mar,
nem a proposta de algo divino que os cobriram como na primeira vez. Mas,
estavam ali, sem nenhum cenário de filme ou algo poético para ser deslumbrante.
Disfarçaram
à lembrança do tempo com um abraço amistoso e um “e aí, tudo bem?”, o resto do tempo foi gasto com algo mais casual,
curiosidades do cotidiano, fatos interessantes, relevantes... até que o
silêncio quebrasse o barulho como um sibilo difuso e adequado.
Talvez
o medo de reaver um passado, ou talvez o receio de ressuscitar uma história
que, para não ser findada de forma trágica, fora encerrada de forma repentina,
corroesse o contexto.
Ele
nem esperava, ela também não, mas dizem que as coisas do destino são assim
mesmo, imprevisíveis, até por que se não fosse imprevisível não se chamaria
destino, se chamaria livro.
Embora
todo arcabouço enlaçado que outrora sintonizava-os, ela parecia mais destemida,
talvez calejada pelas surras da vida, talvez despojada pelos alto preços das
escolhas, talvez totalmente desiludida do platonismo e do romantismo que a
caracterizava.
Ele
parecia mais maduro, mais duro, mais seco, mais insensível, mais desiludido,
mais impedido, mais fudido! Mas, também continuara a ser ele, atrás de toda
lapidação lenta e profunda que atravessara, e ainda julga atravessar, era ele,
disso não tinham dúvidas.
Talvez,
dessa vez, algum novo sinal foi dado, e o estúpido, como sempre, desligou os
alarmes “por livre e meio estúpida
vontade” e não entendera. Mas ela, apesar de diferente, continuara a ser
ela... em Areia, em mar ou em terra.
Isso
é, no fundo... no fundo... eram eles. Foram eles. Serão eles.
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